Música.
Tem horas que a gente olha pra alguma coisa, algum momento, alguma hora, alguém e pensa;
“NOSSA! A vida podia ter trilha sonora...”
Às vezes até conseguimos escutar lá no fundinho as notas daquela canção estimada. Por muito já quis ter um ipod com todas as músicas possíveis, mas não um ipod normal, um daqueles que nunca acabasse a bateria e que as notas fizessem parte do momento, do experimento...
Música; existem pessoas que vem com música.
Tem aquelas que soam como flor abrindo na primavera, algodão doce cor-de-rosa, raio de sol pela manhã, ventinho antes de chuva. Perto dessas nos sentimos em dia de apresentação de espetáculo, elas nos fazem ver o mais simples da vida do jeito mais gostoso.
Essas soam como música aos nossos ouvidos. Soam como passarinho cantando, como pés descalços depois de um longo dia de trabalho, como sorvete de chocolate e arco-íris depois da chuva. Essas nos fazem estar num lugar onde as cores são doces e os sons agradam ao coração. Essas nos encantam com o balançar do balanço e o movimento do momento.
Tem gente que soa como estrela ascendendo no céu em noite clara, como lua quando é cheia. Soam como cachoeira, como pulo na piscina em dia quente, como golfinho no mar. Soam como cobertor quentinho e morango com brigadeiro. Soam como sábado de manhã e dia de feriado, como o amanhecer na fazenda ou naquele lugar preferido. Essas são como bons livros e boas fotografias. Essas fazem a bateria do ipod manter-se sempre no verde.
Tem gente que deixa o tempo corrido quando estamos perto, que faz a música parecer rápida demais e os anos muito curtos. Tem gente que tem som de rede que dança, de nuvem que balança, de quem dança. Som de mar, de luar de anjos sempre a dançar. Ao lado delas parece ser sempre manhã de natal, de natal na época que os presentes ficavam em baixo da árvore, de quando a gente era criança. Som de pipa voando em dia de vento, de caminhada no jardim, de mundo mágico, de Nárnia. Ao lado delas, escutamos o suave som que sua presença sopra no nosso coração. Soam como cafuné sem pressa, silêncio sem incomodar, de tempo pra desfrutar. Ao lado delas a canção que fala de amor não fica só nas notas, a sintonia é mais intensa. Ao lado delas a música é sempre de verão e o lugar é sempre jubiloso. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos é o instante em que Deus está dançando. E a gente ri, riso de tamanho do universo.
Essas são as que a música é mais gostosa, delicada, colorida. São essas que cantam canções de ninar, pra balouçar. São essas as que Deus deu o melhor violão.
Por isso existem momentos que paro e tento escutar a música.
A música que vem; de você.
Camilla Vieira.
